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NOVIDADES DO BLOG

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

ANCESTRAIS DE QUINCO VASQUES E DE SUA MULHER - POR JOARYVAR MACEDO

Colono da região deste Cariri, imigrado de Portugal e já fixado na terra adotiva, na década de 1760, o Capitão Bartolomeu Martins de Morais, natural do porto, com sua mulher Ana Maria Ferreira, baiana de Salvador, tiveram, entre outros filhos, Francisca Rodrigues Lima, que convolou a núpcias com o europeu da Galiza, contemporâneo de seu pai na colonização do Vale, Pedro Francisco Vasques.
            Em 1731, já estava sediado no Engenho de Santa Teresa, o seu fundador, Capitão José Paes Landim, filho de Alferes Simão Rodrigues de Sousa e Úrsula Paes Landim, todos alagoanos da então Vila das Alagoas do Sul. O capitão José Paes Landim foi casado com Geralda Rabelo Duarte, baiana do Itapicuru de Cima, filha do Capitão Domingos Duarte, português do bispado de Vizeu, e de Ângela Paes Rabelo, do mesmo Itapicuru de Cima.
            Dos citados Capitão José Paes Landim e Geralda Rabelo Duarte nasceu o Capitão Domingos Paes Landim, dentre muitos outros.
            Na época, registra-se no rincão a presença dos Cruz Neves. Os fundadores da estirpe, aqui, o Sargento-Mor Manuel da Cruz Neves, português do bispado do Porto e sua consorte, Joana Fagundes de Sousa (ou Joana Fagundes da Silveira), baiana do antigo Pambu, hoje Bom Conselho, filha do português lisboeta Manuel de Barros e Sousa e Joana Fagundes da Silveira, sergipana de Pedobanco, houveram filhos, numerando-se, entre os demais, Isabel da Cruz Neves, que contraiu núpcias com o predito Capitão Domingos Paes Landim. Destes nasceu Luisa Paes Landim que, aos 17 de novembro de 1795, se casou com o Capitão Manoel Antonio de Jesus, pernambucano do Cabo, filho do português, por igual como nesta gleba, Tomás Varela de Lima e sua mulher, outrossim pernambucana do cabo, Mariana Ribeiro Calado.
            O casal Capitão Manuel Antônio de Jesus e Luisa Paes Landim gerou a Maria Ribeiro Calado que, aos 24 de maio de 1826, desposou João Francisco Vasques, filho dos mencionados Pedro Francisco Vasques e Francisca Rodrigues Lima.
            João Francisco Vasques e Maria Ribeiro Calado foram genitores de vários rebentos, dentre eles, João Vasques Landim.
            Filho do casal, anteriormente citado, Capitão Domingos Paes Landim e Isabel da Cruz Neves, Simão Rodrigues das Neves foi casado, à primeira vez, com Isabel Neves, filha de Frnacisco ou Florêncio Pereira e Josefa Maria, havendo desse consórcio Maria Madalena de Jesus que, em 19 de janeiro de 1802, contraiu núpcias com Manuel Paes Landim , que promanava do predito fundador do Engenho de Santa Teresa, o Capitão José Paes Landim.
            De Manuel Paes Landim com Maria Madalena de Jesus nasceu Joaquim Paes Landi, consorciado com Maria Tavares de Jesus, casal, do qual procede Antônio Paes Landim.
            João Francisco Vasques e Maria Ribeiro Calado casaram seu filho João Vasques Landim com a citada Antonia Paes Landim. Estes, por sua vez, foram pais de JOAQUIM VASQUES LANDIM, conhecido  por Quinco Vasques.
            Outra filha do casal Capitão Domingos Paes Landim – Isabel da Cruz Neves, de nome Leocádia Paes Landim, recebeu por marido o Alferes Joaquim Antônio de Macedo, português do bispado de Leiria. Residiam no inculcado Engenho de Santa Teresa, sendo progenitores de Joaquina Teresa de Macedo.
            Irmão, de pai e mãe, de Leocádia Paes Landim, José da Cruz Neves com sua mulher Inácia Maria de Jesus Ferreira, natural da Serra do Martins, filha de Leandro Borges e Sebastiana da Fonseca Ferreira, casaram um filho, Vicente Ferreira da Cruz ou Vicente da Cruz Neves, com a prima legítima Joaquina Teresa de Macedo. De Vicente e Joaquina sobreviveram dez filho, contando-se entre eles, Clemência Teresa de São Miguel. Esta, com seu Marido Antonio Fernandes de Lima, de família potiguar, vieram a ser os pais de MARIA DA LUZ DE JESUS (Marica), mulher de Joaquim Vasques Landim (Quinco Vasques).
            Vê-se, de plano, que tanto Quinco Vasques quanto Marica vinculam-se a troncos categorizados de famílias históricas, a pioneiros da formação do Vale, a poderosos clãs do passado caririense.   

Referência Bibliográfica
MACEDO, Joaryvar. Temas históricos regionais. Fortaleza, Secretaria de Cultura e Desporto, 1986. p. 16-19. 1. Ceará - História. 2. Cariri (CE). História. I. Título.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

CORONEL SANTANA E O CABRA DA PARAÍBA - Por: João Bosco André



Gameleira; árvora frondosa que batiza o povoado da "Gameleria de São Sebastião" berço da Fazenda Serra do Mato em Missão Velha.

A região da Serra do Mato e a Fonte da Pendência, redutos intransponíveis no município de Missão Velha; do poderoso coronel Antonio Joaquim de Santana, se configurou ao longo de quase duas décadas, como ponto obrigatório de passagem e parada de grupos cangaceiros da época. Antônio Silvino e Virgulino Ferreira tinham no coronel Santana base sólida de apoio a suas empreitadas cangaceiras.

Houve época em que o coronel Santana mantinha em seu reduto mais de 180 homens em armas, a seu serviço e ordem. O poderoso potentado da Serra Mato, tinha ainda um de seus filhos; Doutor Juvêncio Santana; o Secretário de Justiça do Estado.

Um caso curioso aconteceu por aquelas bandas da Serra do Mato: Certo dia apareceu na fazenda do coronel Santana, um determinado sertanejo em busca de morada e trabalho. O cabra vinha com recomendações da Paraíba. Conversa vai e conversa vem, o coronel Santana perguntou se o homem tinha família, ao que o mesmo respondeu que sim, uma esposa e duas filhas adolescentes. Ato contínuo foi aceito na fazenda, iria buscar a família enquanto era construído seu “barraco” por ali mesmo perto da Serra do Mato.

O contratado já estava na labuta há alguns meses e uma determinada ocasião foi chamado pelo coronel Santana. Nova conversa e lhes perguntou pela família, o homem respondeu que estavam todos bem, daí o coronel deu a ordem para que ele e sua mulher saíssem para passear no domingo próximo e que deixassem as duas filhas em casa e com uma rede armada, que ele iria fazer uma “visita”.

O sertanejo já alertado da fama de “Don Juan” do poderoso mandatário da Missão Velha saiu em direção a sua casa e planejou a forma de se sair da empreitada. Foi até Porteiras e teve com o coronel Raimundo Cardoso, explicou a situação difícil em que se encontrava e pediu abrigo para si e sua família. Foi aceito.



coronel Antônio Joaquim de Santana

Na véspera da visita indesejável do coronel Santana, o sertanejo arrumou as poucas coisas de casa e mandou a mulher e as filhas para a proteção do coronel Cardoso. Chegou o domingo e logo pela manhã apeia de frente a sua choupana o chefe do lugar. Coronel Santana havia ido sozinho, desmontou, entrou na casa e sentou na beirada da rede já chamando pelas filhas do vaqueiro; em resposta teve a papo-amarelo do insultado paraibano ferindo sua fronte, naquele momento o cabra da Paraíba só não disse que o homem era santo... Sem coragem para atirar, acabou enxotando o poderoso coronel com seu cavalo sem direito a nem olhar para trás.

Não é preciso nem dizer que depois do episódio, o cabra partiu mais do que ligeiro para a proteção do coronel Cardoso de Porteiras, em poucos minutos sua antiga casa tava cercada pelo exercito de Santana, comandados pelo seu compadre e cangaceiro José Januário Moreira, mas, já não o encontraram.

O mais incrível nesta história é que não houve perseguição á família do agregado quando se soube que seu paradeiro era a proteção do coronel Cardoso. Às vezes se sabe exatamente onde o calo aperta...

Coisas de nosso cariri

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

MARICA MACÊDO DO TIPI

Matriarcados do Ceará: Dona Marica Macêdo




Contemporânea de Dona Federalina, Maria da Soledade Landin, mais conhecida por Marica Macêdo ou Marica do Tipi, nasceu em Missão Velha, no Sítio Gameleira, logo mudando-se para Aurora, onde se casou com José Antônio Macedo, ou Cazuza Macedo dos Terésios. Cazuza Macedo morreu bem cedo, deixando cerca de dez filhos ainda pequenos, nove homens e uma mulher, Joana da Soledade, a preferida de Marica.

Marica e Federalina tiveram muito em comum: uma aliança de defesa mútua que previa desde ajuda com cabras, em determinadas questões, até acobertamento de parentes que tivessem cometido crimes. Não tinham disputas, ambas eram poderosas, situacionistas ferrenhas, sempre no partido do governo, e exerciam com grande violência o seu matriarcado. Mas os pontos comuns terminam por aí. Marica, viúva muito cedo, não guardou eterno luto. Casou-se, apesar da oposição dos filhos, com Antônio Abel, oriundo de Barbalha, junto à Serra do Araripe; ele também viúvo, conhecido por sua burrice incomum, sua tolice sem tamanho, sua grande ingenuidade. Quando os filhos alegaram junto à mãe a imbecilidade do padrasto, ouviram esta resposta ríspida: "Não quero saber se é besta, não quero saber de nada. Quero saber que ele me dê o que eu quero".

A cerimônia do casamento de Marica foi uma verdadeira apologia ao entrelaçamento de famílias. Casaram-se conjuntamente seu irmão, Manoel Inácio da Cruz (Sobrinho-Neto de seu homônimo, sendo este homônimo pai do Major Liberato Manoel da Cruz pg 1093), com Maria Abel, filha de Antônio, e Raimundo Macedo, o Mundoca, filho de Marica, com a prima, filha de Manoel Inácio da Cruz. A festa realizou-se no dia 3 de janeiro de 1903, em Lavras, pois o vigário, Monsenhor Miceno, que ainda não havia se desgraçado com a Dona Federalina, tinha que estar na cidade para celebrar missa por seu aniversário.

A notoriedade de Marica está diretamente ligada à Questão de 1908 ‘Questão 8’, em Aurora. Antônio Leite, irmão de uma das cunhadas de Marica, casada com seu irmão, José Francisco, e grande amigo do falecido Cazuza Macedo, era prefeito, intendente e coletor do município de Aurora, numa época em que as deposições de chefes políticos haviam se tornado freqüentes; justamente o tempo em que Honório, de Lavras da Mangabeira, filho de Dona Federalina, foi deposto pela própria mãe. O tio do prefeito, Teotônio Leite, pai de Vicente Macedo, casado com a filha única de Marica, Joaninha, decidiu depor o sobrinho, chamando os Macêdo para tomarem parte na campanha de deposição. Os filhos de Marica participaram de algumas reuniões, até que a matriarca, usando a sua autoridade, mandou que eles não comparecessem mais às reuniões, dadas as relações estreitas que o prefeito tinha com parentes deles.

Os filhos não hesitaram. Rapidamente avisaram Teotônio Leite de que estavam deixando o movimento, causando um esvaziamento geral. A campanha se apoiava na força e coragem dos Macedo. O coronel Teotônio não perdoou esse falsete e decidiu vingar-se com um cerco ao Sítio Tipi, seguido de um incêndio em todas as dependências. Mas o filho de Teotônio, Vicente Macedo, tratou de avisar a esposa que, para avisar à mãe perfez a galope, no lombo de um cavalo, as quatro léguas, cerca de 24 quilômetros, que separavam a cidade do sítio onde vivia a velha Marica.

Marica, sem perder tempo, reuniu os animais, e partiu com todos rumo a Missão Velha, cujo chefe político, Joaquim de Sant'Anna, era seu parente próximo e do marido; poderia ir também em direção a Barbalha, onde mandava João Raimundo Macedo, o Joca do Brejão, tio de seu primeiro marido.

Na mesma época em que Marica teve que se retirar do Tipi, havia na região uma briga séria entre os Santos, do Sítio do Taveira, e os Leite, com respeito à demarcação de terras ricas em cobre. Quando os Leite chegaram no Sítio do Taveira, à procura de Marica, houve luta, sendo morto seu filho caçula, Cazuza Macedo, de 14 anos, que junto com toda a família estava refugiado no local. Marica não se deixou abalar. Aos filhos que choravam a morte do irmão disse: "Não, deixa disso. Encosta ele num pé de parede e vamos lutar". E ela mesma levou o filho até a parede, retornando à briga.

Aliás, disposição para lutar era o que não lhe faltava. Junto com vários coronéis da região, reuniu cerca de 600 homens, um verdadeiro exército que devastou Aurora em 23 de Dezembro de 1908. Os cangaceiros incendiaram casas e fazendas, estupraram moças de família, guardando o pior tratamento para as pessoas ligadas ao coronel Teotônio Leite. Essa investida dos jagunços, mandados por dona Marica, ajudada pelos coronéis mais fortes do sertão, Domingos Furtado de Milagres, Raimundo Sant'Anna de Missão Velha, o coronel Joca do Brejão e o coronel José Inácio de Barros, não foi reprimida; o grupo de chefes políticos já havia telegrafado ao presidente do Estado, representante dos Acioli, para que retirasse a força policial da cidade. E foram prontamente atendidos.

Depois de ter conseguido reunir seu exército de cabras, Marica Macedo ganhou o respeito do povo e dos coronéis, tendo sido uma das únicas mulheres, senão a única na época, a ocupar um cargo de decisão. Quando seu filho, Antônio Macedo, esteve à frente da prefeitura, o município foi dividido em partes para ser melhor administrado. Coube uma dessas áreas, a que se estendia em direção à Paraíba, à Marica, que aliás foi excelente administradora. Magra, rosto fino, onde se destacava um nariz grande, comprido e afilado, estatura mediana, tinha uma riqueza apoiada no tripé engenho/agricultura/pecuária, que orientava a produção de suas propriedades. Fez do Tipi um famoso coito de cangaceiros, esconderijo perfeito para o espaço ocioso entre uma pilhagem e outra; com eles Marica mantinha ótimo relacionamento, tendo-os à disposição sempre que precisasse.

A matriarca dos Macedo teve estranha morte, em 06/01/1924. Muito religiosa, Marica rezava todos os dias, e em suas preces diárias, pedia que Deus lhe concedesse a graça de jamais ver a morte de outro filho. Certo dia foram chamá-la às pressas no Tipi, pois Joana estava muito doente. As preces de Marica não foram em vão: quando entrou no quarto da filha foi acometida de estranho ataque que a levou à morte instantânea. Não viu morrer a filha, que só veio a falecer três ou seis dias depois. Quando foi feita a exumação dos ossos de Marica, encontraram sua dentadura na altura das costelas. Acredita-se que morreu asfixiada após engolir os dentes postiços.

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Fontes:
Texto Base: Matriarcas do Ceará - D. Marica Macêdo
Autoras: Rachel de Queiroz e Heloisa Buarque de Hollanda

Textos de Apoio: A Estirpe de Santa Teresa - Prof. Joaryvar Macêdo (Joaquim Lobo de Macêdo
Imagem Capturada on-line em  http://cariricangaco.blogspot.com.br/2010/05/cariri-cangaco-visita-o-tipi-de-marica.html

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

FAMILIA LANDIM: história e origem







Estevão Anes de Landim viveu na cidade de Santa Maria de Oliveira e foi donatário das terras de Candeias e Mecansos, seu filho João de Landim que foi vassalo de D. João I, foi sepultado a porta da igreja de Santiago de Estremoz, na cidade de Évora - Pt. pelo que tudo indica, os descendetes de Estevão e João Landim, migraram para Vila Nova de Famalicão e lá viveram, dando continuidade a linhagem dos Landins. 









BRASÃO, BANDEIRA E SÍMBOLOS DA FREGUESIA DE LANDIM EM PORTUGAL

Orago - Santa Maria/ Nossa Senhora da Assunção Área - 4,6 Km2

Ordenação heráldica do brasão e bandeiraPublicada no Diário da República, III Série de 09/03/2001

Brasão de Armas:

Brasão: Escudo de vermelho, mosteiro de prata lavrado e realçado de negro, entre dois cachos de uvas em chefe de uma roda de azenha em ponta, tudo de ouro; pé ondado de preta e azul, de três tiras. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “LANDIM”.

Memoria Descritiva e Justificativa dos Símbolos Heráldicos:

Roda de Azenha: Representa a abundância da água nestas terras, propícia ao cultivo dos seus vinhos e a toda a agricultura.
Burelas Ondeadas: Representa o rio que atravessa a freguesia, o Rio Pele, e o Rio Ave que delimitava a antiga “Vila Nandini”.
Cachos de Uvas: Simbolizam a cultura do vinho verde, que nesta freguesia está e sempre esteve implantada. Mosteiro: Representa o antiquíssimo Mosteiro de Landim, fundado para nele se instalarem os Cónegos Regrantes de São Agostinho.


Bandeira (modelo 01)






Bandeira - De amarelo, cordões e borlas de ouro e vermelho. Haste e lança de ouro.

Bandeira (modelo 02)





BRASÃO DE ARMAS DA FAMÍLIA LANDIM VEJA EM: HISTÓRIA DOS LANDINS




VEJA TAMBÉM:




terça-feira, 16 de agosto de 2011

JUAZEIRO DO NORTE - 100 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLITICA
PARABÉNS JUAZEIRO



Juazeiro do Norte

Juazeiro do Norte é um município brasileiro do estado do Ceará. É considerado o maior centro de religiosidade popular da América Latina, atraindo milhões de pessoas todos os anos.

A cidade localiza-se no sul do Estado, a 600 km da capital Fortaleza. Sua área é de 248,558 km², a uma altitude média de 350 metros.

A população do município é estimada em 240.638 habitantes. A taxa de urbanização é de 95,3%

História
Juazeiro do Norte era inicialmente um distrito da cidade vizinha chamada Crato, até que o jovem Padre Cícero Romão Batista resolveu se fixar como pároco no lugarejo. Padre Cícero foi responsável então pela emancipação e independência da cidade. Por conta do chamado "milagre de Juazeiro" (quando Padre Cícero deu a hóstia sagrada à beata Maria de Araújo, a hóstia se transformou em sangue), a figura do padre assumiu características místicas e passou a ser venerado pelo povo como um santo. Hoje a cidade é a segunda do estado e referência no Nordeste graças ao padre.

Vila de Tabuleiro Grande
Quando ainda era uma vila pertencente ao Crato, Juazeiro chamava-se Tabuleiro Grande e não passava de um aglomerado de casas de taipa convergindo para uma capela dedicada à Nossa Senhora das Dores. A vila era um mero entreposto e servia de ponto de apoio para aqueles que se dirigiam para o Crato.


Chegada do Padre Cícero

No natal de 1871, Padre Cícero recebeu o convite para rezar a missa do galo no lugarejo. Era para ser apenas uma celebração, mas em 11 de abril de 1872 o padre retornaria a Tabuleiro Grande acompanhado de alguns familiares para se fixar na vila. Segundo o próprio padre, a decisão decorreu de um sonho, onde viu Jesus Cristo e os doze apóstolos sentados a uma mesa, em seguida uma multidão de peregrinos marcados pela fome e pela dor adentra no local, então Jesus Cristo diz estar decepcionado com a humanidade, mas que está disposto a fazer um último sacrifício para salvar o mundo, então vira-se para o padre e ordena: "E você, Padre Cícero, tome conta deles".


Cada casa uma oficina, cada oficina um oratório



Esse foi um dos ensinamentos de Padre Cícero para o povo de Juazeiro. Logo que chegou, o sacerdote tratou de mudar os costumes profanos do local e tornar comum a prática dos sacramen

tos. Inspirado por Padre Ibiapina, Padre Cícero criou as Casas de Caridade, organizações tocadas por beatas e que visavam a levar educação, saúde e auxílio religioso ao povo. As Casas de Caridade se espalharam pelo entorno de Juazeiro, sendo a mais famosa delas situada no Sítio Caldeirão sob o comando do beato José Lourenço. Inúmeras oficinas foram criadas, com destaque para as de produção de velas, imagens sacras e calçados. O jeito simples e carismático do padre contagiava a população que cada vez mais se entregava à religião e ao trabalho.


Emancipação



Desde o início do século XX que a vila de Tabuleiro Grande buscava desvincular-se do Crato. Como argumento principal o fato de que a vila se tornara maior e mais importante que a sede. De fato, Tabuleiro Grande apresentou um crescimento surpreendente, chegando a rivalizar até mesmo com a capital Fortaleza. Em 22 de julho de 1911, a emancipação é concedida, a nova cidade passa a se chamar Joaseiro (uma referência à árvore típica da região), e Padre Cícero é eleito o primeiro prefeito.


Sedição de Juazeiro

Tudo começou em 1912 quando o então presidente da República Hermes da Fonseca depôs o governador Antônio Pinto Nogueira Accioli e nomeou o coronel Franco Rabelo como interventor do Ceará. Houve eleição apenas para vice-governador onde Padre Cícero foi o escolhido. Depois de assumir o posto, Franco Rabelo rompe com o Partido Republicano Conservador (PRC) e passa a perseguir Padre Cícero, chegando a destituí-lo da prefeitura de Juazeiro e a mandar um batalhão da Polícia estadual prender o padre. Então, o médico Floro Bartolomeu (braço direito do padre), reúne seus jagunços e os romeiros da cidade para proteger Padre Cícero [3]. Em apenas uma semana, os romeiros cavaram um valado de quinze quilômetros de extensão cercando toda a cidade e ergueram uma muralha de pedra na colina do Horto, a fortificação recebeu o nome de "Círculo da Mãe de Deus". O batalhão ao ver que seria impossível romper o círculo, recuou e pediu reforços.

Um contingente muito maior foi enviado a Juazeiro, levando consigo um canhão para derrubar a muralha que protegia a cidade, porém, o canhão falhou e os romeiros armados apenas com algumas espingardas, facas, foices e muita fé venceram os invasores. O canhão foi tomado e está exposto até hoje no "Memorial Padre Cícero". Floro Bartolomeu consegue então o apoio do Presidente Hermes da Fonseca e do Senador Pinheiro Machado, e parte para Fortaleza com o intuito de derrubar o governador. No caminho, os romeiros tomam o poder de Crato, Barbalha, Estação Afonso Pena (próxima a Iguatu), Messejana, Maracanaú e Maranguape, fechando todas as entradas da capital, enquanto uma esquadrilha da Marinha de Guerra capitaneada pelo Cruzador Barroso impõe um bloqueio marítimo à cidade. Franco Rabelo é deposto e eleições são convocadas onde Benjamim Liberato Barroso é eleito governador e Padre Cícero mais uma vez eleito vice. Vitoriosos, os romeiros retornam a Juazeiro desarmados e desocupam as cidades tomadas durante a sedição.


Juazeiro do Norte hoje



É uma das principais cidades da região Nordeste exercendo influência sobre todo o Cariri cearense e algumas cidades do Piauí, Pernambuco e Paraíba. A lembrança do Padre Cícero está presente em todo o município desde escolas, estabelecimentos comerciais, ruas, praças, museus até no nome de muitos juazeirenses batizados de Cícero, Cícera, Romão, Romana, Batista etc. Todos os anos, milhões de romeiros vão a Juazeiro orar ao Padre Cícero e à Nossa Senhora das Dores (padroeira do município).


O suposto milagre da hóstia


Durante uma missa em 6 de março de 1889, Padre Cícero ministrava a comunhão aos fiéis,quando ministrou o sacramento à beata Maria de Araújo a hóstia se transformou em sangue. O fato teria se repetido diversas vezes durante cerca de dois anos. A população logo atribuiu ser um milagre.

Padre Cícero, cauteloso, pediu à diocese que enviasse uma comissão para investigar o fenômeno e pediu aos fiéis que não comentassem a respeito domesmo, porém este pedido foi em vão, a notícia logo se espalhou por toda a região Nordeste e em uma rapidez extraordinária chegou ao sul do país. A comissão era formada pelo Dr. Marcos Rodrigues Madeira (médico do Rio de Janeiro), Dr. Ildefonso Correia Lima (médico e professor da Faculdade do Rio de Janeiro), e diversos padres da região.

Após longos estudos, inclusive podendo testemunhar o fenômeno da transformação por diversas vezes, a comissão concluiu que o "facto da ordem dos observados não podem ser explicados pelo jogo natural dos agentes naturaes, sendo forçoso acceitar a intervenção de um agente inteligente occulto que represente a causa, o qual, no caso em questão, acredito em ser Deus" (trecho de carta escrita pelo Dr. Ildefonso Correia Lima e reconhecida a letra em firma pelo cartório do Crato). Apesar da comissão provar que não existe explicação para o fenômeno, o bispo Dom Joaquim declarou que o fenômeno era uma farsa, mandou enclausurar a beata Maria de Araújo em um convento e suspendeu as ordens sacerdotais de Padre Cícero.


Economia


De acordo como Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE), Juazeiro possui um PIB de R$ 718.884.000,00. Porém, a riqueza produzida pelo município é bem maior visto que o comércio informal, que não entra na contagem do PIB, é muito forte.


Comércio


Principal setor da economia juazeirense, respondendo por 69,6% do PIB municipal (dados do IPECE). Os principais pontos comerciais são o centro da cidade, bairro Pirajá, Cariri Shopping, e Mercado Central.


Indústria

Correspondea 29,84% do PIB local. Destacando-se os ramos:

Calçadista: maior pólo calçadista do Norte/Nordeste e terceiro do país.
Têxtil: dezenas de empresas desse ramo se instalaram na cidade nos últimos anos e já ocupam boa parte do mercado regional.
Folheados: Produz jóias e semijóias de alta qualidade que já são exportadas para os Estados Unidos e Argentina. Uma curiosidade é o fato de que uma empresa local utiliza mão-de-obra carcerária em sua produção, os internos da Penitenciária Industrial Regional do Cariri (PIRC), fabricam as jóias e para cada três dias de trabalho há uma redução de um dia da pena.
Artesanato: em Juazeiro qualquer coisa vira máteria-prima para artesanato: palha, garrafas plásticas, areia, latas de refrigerante, ferro, papel etc.
Bebidas: existe uma única empresa de bebidas na cidade, o Grupo São Geraldo, porém seus refrigerantes e sua água mineral são bastante apreciados na região Nordeste.
Máquinas de costura: Juazeiro possui uma fábrica da empresa Singer desde 1997.

Turismo


Naturalmente o ramo que se destaca é o do turismo religioso, porém há um plano integrado de turismo entre várias cidades da região do Cariri, promovendo a Religião, os fósseis, as belezas

naturais, a cultura e a História do Cariri. Juazeiro por ser a maior cidade da região e ter a melhor infra-estrutura é a preferida dos turistas como base. Um dado que comprova o crescimento do turismo na região é o fato de que o Aeroporto Regional do Cariri situado em Juazeiro obteve o maior crescimento percentual do Brasil em 2006.


Romarias

Todos os anos milhares de romeiros vindos de vários estados do país visitam a cidade de Juazeiro do Norte para expressarem sua fé em Padre Cicero e na Mãe de Deus. Vejam imagens no vídeo abaixo.





Centro universitário


O triângulo Crajubar (denominação dada a conurbação formada por Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha), representa um crescente pólo universitário da região Nordeste.

As instituições de ensino superior com centros em Juazeiro são:

Universidade Federal do Ceará (UFC)
Universidade Regional do Cariri (URCA)
Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET)
Instituto Centro de Ensino Tecnológico do Ceará (CENTEC)
Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte (FMJ)
Faculdade Leão Sampaio (FALS)
Faculdade Paraíso (FAP)
Faculdade Juazeiro do Norte (FJN)
Universidade Vale do Acaraú (UVA



Filhos ilustres


Beata Maria de Araújo - religiosa
Seu Lunga - personagem popular cômica
José Wilker - ator
Santanna - cantor
Alcymar Monteiro - cantor e compositor
Luís Fidélis - cantor e compositor
Rosemberg Cariry - cineasta
Suyane Moreira - modelo e atriz
Nasa - ex-jogador de futebol
Nascidos noutros municípios
Padre Cícero - nascido no Crato, é a principal personalidade do município, seu corpo está sepultado na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro localizada na cidade
Monsenhor Murilo - nascido em Barbalha, durante décadas foi pároco da Matriz de Nossa Senhora das Dores, onde está sepultado
Frei Damião - nascido em Bozzano na Itália, era considerado o sucessor de Padre Cícero, seu corpo foi velado em Juazeiro antes de ser sepultado em Recife
Ronaldo Angelim - apesar de paulista, cresceu em Juazeiro onde foi revelado pelo Icasa, jogou também no extinto Juazeiro Empreendimentos, atualmente joga no Flamengo
Mestre Noza - Inocêncio da Costa Medeiros nasceu em Taquaretinga, Pernambuco. Chegou ao Juazeiro, em romaria, no ano de 1912 e se tornou o santeiro e xilógravo de maior destaque na Terra da Mãe de Deus.
Capturado de: pt.wikipedia.org/wiki/Juazeiro_do_norte em 21/07/2011

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

JOARYVAR MACÊDO

          Um dos personagens mais ilustres da região do cariri cearense, Joaryvar Macêdo, foi historiador, professor da faculdade de filosofia e fundador do Instituto Cultural do Cariri, escreveu varios livros sobre a história da região do cariri. Conheça abaixo um pouco mais da história de sua vida.


Em Torno de Joaryvar Macedo

Falar da personalidade e, principalmente, da obra literária e historiográfica de Joaryvar Macedo constitui tarefa que dignifica e ao mesmo tempo põe em desafio a argúcia do intérprete, uma vez que se intenta tratar da projeção de um homem de letras que “notabilizou-se como um dos mais autênticos pesquisadores da história do seu Estado”.

Considerado por Raimundo Girão como sendo “o mais abalizado historiador do sul do Ceará”, Joaryvar Macedo nasceu no Sítio Calabaço, a oito quilômetros da cidade de Lavras da Mangabeira, aos 20 de maio de 1937, sendo filho de Antônio Lobo de Macedo, poeta popular e político influente em seu município de origem, e de Maria Torquato Gonçalves de Macedo.

Na terra natal estudou as primeiras letras com as professoras Teresita Bezerra, Irony Gonçalves, Adelice Macedo e Nícia Augusto Gonçalves, entre outras. Posteriormente, foi aluno do Seminário Diocesano do Crato e do Seminário Arquidiocesano de Fortaleza, cursando inclusive Teologia nos Seminários Arquiepiscopais de Olinda, Recife e João Pessoa. Em 1965, ingressou na Faculdade de Filosofia do Crato, por onde licenciou-se em Letras, colocando grau aos 7 de dezembro de 1968, sendo na oportunidade orador oficial da turma, possuindo ainda curso de Pós-Graduação em Metodologia do Ensino Superior pela Universidade Católica de Salvador.

Depois de formado, abraçou a carreira do magistério, que exerceu com proficiência e afinco, principalmente como professor da Faculdade de Filosofia de Crato e de vários estabelecimentos de Ensino de Juazeiro do Norte. Ensaísta e historiador, em 1974 fundou o Instituto Cultural do Vale Caririense, que dirigiu por mais de uma década e do qual foi aclamado presidente perpétuo, dedicando-se como pesquisador aos estudos da formação étnica, histórica e cultural da Região do Cariri.

Sendo admirável “a extensão de sua cultura e a perseverança de suas linhas de pesquisa, qualidades que escondia atrás de uma personalidade simples e de aparência tímida”, como bem acentuou o escritor Murilo Martins, o certo é que Joaryvar Macedo, “revelando uma excepcional tendência para a pesquisa histórica, sua atuação nessa área logo se mostrou tão ampla e profunda, que se passou a ver na projeção do seu trabalho um desdobramento da escola instaurada por Irineu Pinheiro e padre Antônio Gomes de Araújo, fixando-se neste último a sua linha de ação”, consoante o ponto de vista do ensaísta e crítico literário F. S. Nascimento.

Sobre a evidência de ser Joaryvar Macedo o representante mais legítimo e o mais profundo continuador da escola histórica do Cariri, em 1984, no meu livro Leitura e Conjuntura, eu já havia afirmado o seguinte com relação à sua envergadura de intelectual: “Joaryvar Macedo é um escritor inquieto, porém um homem polidamente tratável. É valor maior das letras sul-cearenses no momento atual, porque, quem começar a leitura da história da Região Caririense pelas obras de Irineu Pinheiro, e resvalar pelos ensinamentos do padre Antônio Gomes de Araújo, terá que fatalmente que ancorar nos seus trabalhos históricos sobre a conquista, o povoamento e formação étnica e social do ubertoso vale”.

Além de farta produção esparsa em jornais e revistas do Ceará e de outros Estados, publicou Joaryvar Macedo os seguintes trabalhos: Caderno de Loucuras – 1965; Discurso de Orador Oficial da Turma – 1968; Apresentação de Fagundes Varela – 1971; Os Augustos – 1971; Otacílio Macedo – 1970; Um Bravo Caririense – 1974; O Poeta Lobo Manso – 1975; Templos, Engenhos, Fazendas, Sítios e Lugares – 1975; A Estirpe da Santa Teresa – 1976; Pedro Bandeira, Príncipe dos Poetas Populares – 1976; Fagundes Varela e Outros Rabiscos – 1978; Influência de Portugal na Formação Étnica e Social do Cariri – 1978; Origens de Juazeiro do Norte – 1978; Presença Inconcurssa de Norte-Rio-Grandenses na Colonização do Cariri – 1979; Composições Poéticas de Hermes Carleial – 1979; O Contigente Paraibano na Colonização do Cariri – 1980; Autores Caririenses – 1981; Lavras da Mangabeira – dos Primórdios a Vila – 1981; Alencar Peixoto, Um Clássico – 1981; Pernambuco nas Origens do Cariri – 1981; Orações Acadêmicas – 1983; O Talento Poético de Alencar e Outros Estudos – 1984; São Vicente das Lavras – 1984; Um Vernaculista e um Poeta – 1985; Povoamento e Povoadores do Cariri Cearense – 1985; Discursos Acadêmicos – 1986; Lavras da Mangabeira – 1986; Temas Históricos Regionais – 1986; Ocorrências e Personagens – 1987; Antônio Lobo de Macedo: o Homem e o Poeta – 1988; Império do Bacamarte – 1990; Ensaios e Perfis – 2001; e Na Esfera das Letras – 2009.

Da bibliografia acima, dois livros tão-somente seriam suficientes para dignificar a reputação de Joaryvar Macedo como um dos mais eruditos historiadores do Ceará. Trata-se de A Estirpe da Santa Teresa e de Império do Bacamarte, sem a necessidade de outros comentários, bastando apenas mencionar que, com essa última obra, Joaryvar Macedo “estabeleceria um novo marco na historiografia política no nosso Estado, oferecendo aos cientistas dessa área e aos estudiosos dessa temática sociológica, o mais completo ensaio do gênero até hoje escrito no Nordeste brasileiro”, segundo a opinião abalizada do escritor F. S. Nascimento, com a qual inteiramente concordamos.

Joaryvar Macedo consolidou sua formação cultural estabelecido numa região e tratando quase que exclusivamente da temática histórica do Cariri, o que não o impediu de ter “uma visão histórica do Brasil através da região em que viveu”. Em 1983 transferiu-se para Fortaleza, indo inicialmente ocupar as funções de assessor especial do Presidente do Conselho de Educação do Ceará. Em seguida, viria a exercer as funções de Secretário de Cultura e Desporto do Estado do Ceará e as de Presidente do Conselho Estadual de Cultura, tendo em 1986 sido eleito para a Academia Cearense de Letras e posteriormente para o quadro dos sócios efetivos do Instituto do Ceará.

Professor da Universidade Regional do Cariri/URCA e chefe do seu Escritório em Fortaleza, Joaryvar Macedo foi ainda membro do Conselho Estadual de Educação. Foi, outrossim, um dos raros escritores cearenses a ser agraciado, pelo Governo do Estado, com a Medalha José de Alencar, honraria máxima a que um intelectual pode aspirar na Terra de Iracema.

Sócio efetivo, correspondente ou honorário de várias instituições culturais, nacionais e internacionais, e detentor de vários tributos e comendas, Jorayvar Macedo faleceu em Fortaleza, aos 29 de janeiro de 1991, constituindo a sua morte prematura, uma das maiores tragédias que se abateram sobre o desenvolvimento da historiografia cearense.

Em vida, foi Joaryvar Macedo a própria história do Cariri se movimentando, se expressando em gestos e palavras, se dimensionando nas páginas dos livros e opúsculos que nos legou e nos trabalhos esparsos respingados na imprensa caririense e na Revista do Instituto do Ceará, cujas páginas enriqueceu com a originalidade e a percuciência das suas muitas observações.

“Homem calmo, de sólida cultura, não sabe fazer alarde pessoal dos seus conhecimentos. É valor autêntico da cultura caririense que começa a espraiar-se por aí afora”. Dele disse o saudoso escritor J.de Figueiredo Filho quando, em data solene para a história das letras sul-cearenses, o recebeu como membro efetivo do Instituto Cultural do Cariri.

Sem nenhuma dúvida foi Joaryvar Macedo uma das personalidades mais ilustres das letras cearenses e um dos mais eruditos historiadores do Ceará, cuja formação histórica pesquisou com a argúcia e o devotamento de um beneditino.

Em todos os seus trabalhos de pesquisa Joaryvar Macedo primou por um estilo eloqüente. E sempre que expendiu juízos em torno de fatos históricos o fez com a melhor clareza de raciocínio. A sua linguagem literária revela-se, em todo o seu percurso, recheada de filamentos retóricos, demonstrando-nos o seu autor possuir a dotação de um clássico, sendo ele um moderno.

Dimas Macedo